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Entre os anos de 1877 e 1890, o território que abrange Monte Belo do Sul pertenceu a Colônia Dona Isabel. Em 1890 ocorreu a emancipação da Colônia Dona Isabel, passando a denominar-se Bento Gonçalves, enquanto Monte Belo do Sul foi nomeado como Linha Zamith e configurou-se como o segundo maior Distrito de Bento Gonçalves.
Em 1932, através de um requerimento solicitado por Júlio Lorenzoni, o Distrito passou-se a chamar Montebello, na intenção de recordar a grande batalha travada em Montebello, no município de Pávia, na Lombardia, Itália. Esse nome permaneceu até o ano de 1945, quando designou-se Caturetã, termo indígena que significa “Povoado Bonito”. Em 1949 passou a denominar-se Monte Bello, que significa “Monte Bonito”, uma homenagem as características geográficas do local. Conforme a Lei nº 9564, o dia 20 de Março de 1992 data a Emancipação Política da Cidade, passando a designar-se Monte Belo do Sul.
Monte Belo do Sul é um pequeno município localizado na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul, com seus 2.696 habitantes (estimado pelo IBGE em 2016), sendo que a maior parte reside na zona rural. Encontra-se a 618 metros acima do nível do mar, com uma área de aproximadamente 70 km². Tem por limites ao Norte, Cotiporã; ao Sul e ao Leste, Bento Gonçalves e ao Oeste, Santa Tereza. Foi colonizado a partir de 1877 por imigrantes cem por cento italianos, num total de 416 famílias provenientes de Udine, Mantova, Cremona, Veneza, Vicenza, Treviso, Bérgamo, Modena, Beluno.
O município não tem divisão distrital. É respeitada uma distribuição geográfica conforme as linhas que lhe deram origem e suas respectivas capelas:
– Sede
Igreja Matriz São Francisco de Assis
– Linha Zamith
Capela Santo Isidoro
– Linha Pederneiras
Capela Nossa Senhora de Fátima
– Linha Leopoldina
Capela Santo Antonio – Comunidade do 80 da Leopoldina
Capela São Miguel – Comunidade do 100 da Leopoldina
– Linha 2ª Secção – Santa Bárbara
Capela Nossa Senhora da Saúde
Capela Santa Bárbara
Capela Nossa Senhora do Bom Conselho – Linha Colussi
– Linha Argemiro
Capela São José
Capela São Marcos
Capela Santa Rita
– Linha Armênio
Capela Nossa Senhora das Graças
Capela Nossa Senhora do Rosário
– Linha Fernandes Lima
Capela São Paulo
– Linha Alcântara
Capela de Nossa Senhora do Caravággio
Capela de São Pedro
A religiosidade sempre esteve muito presente na história do município. A Paróquia São Francisco de Assis foi criada em 12 de fevereiro de 1889. Por esta paróquia passaram vários párocos, porém, ganha destaque o Pe. José Ferlin, que por 36 anos foi o líder religioso deste povo e até hoje é reconhecido e homenageado por seu trabalho e sua devoção a esta terra.
A Igreja Matriz de São Francisco de Assis, padroeiro do município, é o cartão postal do mesmo. Suas torres de 65 metros de altura, sinalizam ao longe a pequena cidade ao visitante. Foi construída entre 1959 e 1965. Seus sinos foram adquiridos em Padova no ano de 1920 e são denominados: Belina, Becker e Scalabrina. As estradas que levam ao interior do município passam por dezenas de capitéis invariavelmente enfeitados com flores frescas e por capelas bem cuidadas. Quem olhar atentamente pode perceber no altar dessas igrejinhas alguma estátua de madeira, quase oculta entre imagens de gesso. São obras de artistas anônimos, possivelmente agricultores que aproveitavam as horas de descanso para manifestar a fé e o talento dos imigrantes.
As capelas do interior realizam as festas comunitárias em homenagem aos seus santos padroeiros, tendo como destaques a Festa em Honra a São Francisco na Sede e a Festa em Honra a Nossa Senhora de Caravággio, feriados municipais.
O município está estruturado de forma organizada e atualmente conta com escolas equipadas, sociedades esportivas e culturais, agências bancárias, posto de combustíveis, hotel, cartório, casas de comércio (lojas, mercados, farmácias), indústrias. A administração municipal se dá através da Prefeitura Municipal, instalada em prédio histórico datado de 1906, que abrigou a antiga Escola Sagrada Família da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. A saúde pública municipal é atendida através dos serviços da Unidade Básica de Saúde.
A educação em Monte Belo do Sul é motivo de orgulho. As duas escolas municipais, Escola Municipal de Ensino Fundamental Caminhos do Aprender (Berçário e Educação Infantil) e Escola Municipal de Ensino Fundamental Roman Ross (1º ao 9º Ano), juntamente com a Escola Estadual de Ensino Médio Pedro Migliorini (Ensino Fundamental e Médio), atendem aos alunos do município com comprometimento e seriedade, formando cidadãos comprometidos com o futuro de sua terra.
A identidade cultural preservada faz de Monte Belo do Sul um pequeno pedaço da Itália no Brasil. Para tanto, pessoas e entidades trabalham em prol da preservação da cultura, principalmente a italiana, no município.
O Centro de Tradições Italianas, presidido por Nelson Uliana, foi criado em 1995 e agrega os grupos de cantos folclóricos italianos: Vicentino e Saluto Al Brasile, o Grupo de Danças Ballo D’Itália e o conjunto musical italiano Ragazzi Dei Monti.
O Grupo Saluto Al Brasile promove anualmente em março, o Filó da Cantoria Italiana, evento que reúne grupos de toda a região para confraternizar e celebrar a cultura italiana.
A Associação Fratelli di Cuore é a mantenedora do Gemellaggio, termo de convênio cultural, econômico e social que Monte Belo do Sul mantem com a cidade de Schiavon, Província de Vicenza, Itália. O Gemellagio foi celebrado em 2002 e a associação foi fundada oficialmente em 2005, mantendo também em atividade um grupo de teatro formado por artistas amadores que buscam preservar a história e contá-la através da arte, a peça principal do grupo chama-se “Sonho de um imigrante”, que conta a saga dos imigrantes e as dificuldades enfrentadas por eles nos primeiros tempos.
A Cultura Gaúcha é preservada pelo trabalho do CTG Sopro do Minuano, na patronagem Jane Gabana. O tradicionalismo se mistura as tradições italianas e estes gaúchos honram Monte Belo do Sul, divulgando suas potencialidades. Destaque para Eduardo Corbelini, que foi Peão Farroupilha do RS em 2010, representando o município.
As principais fontes econômicas de Monte Belo do Sul são a agricultura, indústria, comércio e serviços, assim distribuídas: Agricultura 74,6% (predominantemente viticultura), Indústrias 11,3%, Comércio 7,3% e Serviços 6,08%, tendo hoje nos seus produtos artesanais uma economia emergente. (Fonte: IBGE ano de 2007).
Monte Belo tem por características geográficas morros e colinas, cercados pelo Rio das Antas e seus afluentes, o que lhe dá atributos de altitudes e clima temperado, tornam a vitivinicultura o seu principal atrativo turístico e principal fonte de renda da população. A vocação dos agricultores de Monte Belo do Sul no cultivo da videira e na elaboração de vinhos, aliada às belezas naturais e a rica cultura do jovem município, resultaram na criação da Associação dos Vitivinicultores de Monte Belo do Sul (Aprobelo), atualmente presidida por Roque Faé. A entidade conta com 12 produtores de uvas, vinhos e espumantes finos, a saber: Adega de Vinhos Finos Reginato, Adega Del Monte,Calza Júnior Vinhos e Vinhedos, Famiglia Tasca, Vinhos Beija-Flor, Vinhos Casa Fantin, Vinhos Faé, Vinhos Megiolaro, Vinhos Milani, Vinícola Armênio, Vinícola De Mari, Vinícola Santa Bárbara.
O trabalho está voltado aos cuidados no cultivo da fruta, especialmente no que tange a condução e o manejo das videiras, além de todas as etapas do processo de elaboração dos vinhos e espumantes. Com o acompanhamento e suporte técnico da Embrapa Uva e Vinho, a Aprobelo lança a “IG Monte Belo”, um novo atrativo que oferece produtos de elevada qualidade controlada e com valor agregado. A proposta segue um projeto de elaboração de vinhos e espumantes de qualidade com origem controlada visando a Certificação de Indicação de Procedência.
Todo processo é desenvolvido pelos próprios familiares, responsáveis pelo cultivo, colheita e elaboração dos vinhos e espumantes. Os produtos destas 12 vinícolas são elaborados com uvas cultivadas em Monte Belo do Sul, município considerado berço da vitivinicultura da Serra Gaúcha. Em 1913 a Família Franzoni já produzia 15.000 hl anuais de vinhos e licores.
O município é considerado o maior produtor de uvas per capita da América Latina. Do total de 2.300 hectares de parreirais, mais de 40% são de cepas nobres, das quais considerável quantidade são viníferas brancas, cultivadas especialmente para a elaboração de espumantes finos. Em Monte Belo do Sul são produzidas 10% das uvas para produção de espumante do Estado do RS.